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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Valença - Lembranças da Adolescência

Ando com uma saudade terrível da cidade onde passei a adolescência. Hoje vi umas fotos recentes de lá e a saudade apertou. Não sei o que anda me chamando, mas o chamado é forte.
As fotos abaixo são de Marcio Manhães, que também morava na minha rua, na época.

Minha rua. A primeira casa, pela metade, era a minha.

Talvez seja o passado e as lembranças boas. Talvez seja a saudade da mocinha que fui um dia e dos amigos de lá. Da casa onde morei e da minha rua. Do frio intenso, das horas despreocupadas, do ar puro, da inocência. Dos meus pais, saudáveis e jovens (e na época, os achava já idosos...).

Agora, sim. Minha casa, essa amarela alta.

Ou seria a saudade da escola de freiras? Das paqueras e do primeiro amor? Dos bailes e das festas de rua? Dos diários e primeiros versos?

Da paisagem avistada ao ir para a escola cedinho? Ao sair eu via o Jardim de Cima, exatamente desse ângulo.


 Jardim de Cima


Essa casa de janelas azuis era a sede da "Furiosa", a banda que tocava no coreto da praça e que ensaiava loucamente e o som ainda ouço, quando me recordo.


Nesse prédio cinza era a padaria do Seu Nei. Pãozinho quente a alguns passos de casa e mais sorvete, doces e guloseimas. Mais a frente, o Cine Glória. Eu entrei em vários filmes impróprios para 18 anos, sendo bem mais nova. Sempre fui alta e lá podia. Nem sei o motivo.
SAUDADES!!!!!!!!

Beco da Mangueira

Ainda na minha rua, morava uma amiga querida e eterna, que virou minha comadre e virou também escritora, Jô Coelho. Ela morava em frente ao Beco da Mangueira, onde obviamente havia uma mangueira secular. Passamos tardes de estudo e brincadeiras e músicas e risadas aí, olhando essa paisagem.

Muitas, muitas histórias e recordações boas. Saudades de quem fui. Esse lugar moldou a mulher que agora sou.

(Angela Cunha)


domingo, 17 de julho de 2011

Rumi



Se pudesses libertar-te, por uma vez, te ti mesmo,
o segredo dos segredos se abriria para ti.
O rosto do desconhecido, oculto além do universo,
apareceria no espelho da tua percepção.

Na realidade, tua alma e a minha são o mesmo.
Aparecemos e desaparecemos um com o outro.
Este é o verdadeiro significado das nossas relações.
Entre nós, já não há nem tu, nem eu.

Rumi

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Minha Teoria


Tenho uma teoria que diz que vivemos experiências paralelas.
Em algum lugar, seres que se amam vivem uma experiência ideal, sem os entraves do dia a dia que conhecemos.

Nessa experiência, os sonhos que sonhamos estão presentes.
Há um lindo jardim cheio de flores coloridas com um sol morno iluminando.
Há uma cama enorme com travesseiros  macios e cheirosos e lençóis cheirando a lavanda.
E na cozinha quitutes dos deuses são feitos, apenas nos horários em que a fome assim pede.

Há tempo de sobra para ouvir música e escrever versos.
E tempo de sobra para namorar sem pressa.
Nessa experiência todos se sentem lindos e extremamente amados e nunca se pensa no amanhã.
Não é necessário pois o agora basta e invade os espaços.

Há paredes coloridas e móveis leves.
Sons harmoniosos.
Amigos. Não há distâncias possíveis.
Filmes, pipoca, alegria, saúde, disposição.
Cachoeira e árvores que se pode abraçar.
Há bichinhos de estimação e rede na varanda.
O sono é pouco porque não se quer viver mais nada além dessa realidade. 


Alguém contra minha teoria?

(Angela Cunha)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Bons Momentos

 
Foto: Angela Cunha (meus próprios pés) - Bosque da Barra - RJ

Ai, tem dias que dá uma preguiça na gente. Uma vontade danada de colocar os pés na grama, pensando na vida. 
Fazer perguntas meio idiotas, tipo:

Qual o sentido da vida?
Estou no meu caminho?
O que posso ainda fazer por mim?
O que me traria alegria hoje?
Estou mais feliz agora que antes?
Deixei de lado as coisas que me fazem feliz?
O que está faltando?
Quem sou eu?

E depois disso tudo, com ou sem respostas, continuar caminhando, com ENTUSIASMO.
Intenciono entusiasmo, leveza e alegria na minha vida.

E assim é.

(Angela Cunha)

domingo, 3 de julho de 2011

Descobri em Teus Olhos Diferente Chama

Adoro o homem que se chamava Jesus. 
Fora de qualquer contexto religioso, é um afeto sem explicação, como se ama um querido e eterno amigo. Todas as histórias, oficiais ou não a respeito dele me comovem.

No sábado recebi uma indicação para leitura. O livro se chama: Jesus, o homem que amava as mulheres, de Bruce Marchiano.

Disseram que eu preciso ler pois é um livro emocionante. Adivinhem se não vou ler, rs.

Adorei esse texto abaixo desde a primeira vez em que o li, há alguns anos. Hoje o reencontrei. 
Sinconicidades...





NO CAMINHO DO AMOR 


Em Jerusalém, nos arredores do Templo, adornada mulher encontrou um nazareno, de olhos fascinantes e lúcidos, de cabelos delicados e melancólico sorriso, e fixou-o com um olhar sedutor. 

Arrebatada pela onda de simpatia a irradiar-se dele, a bela moça corrigiu as dobras da sua belíssima túnica, colocou indizível expressão de doçura no olhar e, deixando perceber, nos contornos do corpo frágil, a visível paixão que a possuíra de súbito, abeirou-se do desconhecido e falou, provocante:
 

-Jovem, as flores de Séforis encheram-me a ânfora do coração com deliciosos perfumes. Tenho felicidade ao seu dispor, em minha loja de essências finas... 

A deslumbrante mulher indicou uma grande casa, cercada de rosas, à sombra de um arvoredo acolhedor, e ajuntou: 

-Inúmeros peregrinos cansados me buscam à procura do repouso que reconforta. Em minha primavera juvenil, eles encontram o prazer que representa a alegria da vida. Sabe, é que o lírio do vale não tem a carícia dos meus braços e a romã saborosa não possui o mel dos meus lábios. Vem e vê... Te darei leito macio, tapetes dourados e vinho capitoso...Te acariciarei o rosto abatido ete curarei o cansaço da longa viagem! Descansarás teus pés em água de nardo e ouvirás, feliz, as harpas e os alaúdes de meu jardim. Tenho a meu serviço músicos e dançarinas, treinados em palácios ilustres!... 
Ante a incompreensível mudez do nobre nazareno, tornou a moça, suplicando, depois de leve pausa: 

-Jovem, por que não respondes? Descobri em teus olhos diferente chama e assim procedo por amar-te. Tenho sede de afeição que me complete a vida. Atende! Atende! 

O mais sábio dos homens parecia não perceber a vibração febril com que semelhantes palavras eram pronunciadas e, notando-lhe a expressão fisionômica indefinível, a vendedora de essências acrescentou um tanto indignada: 

-Não virás comigo? 

Constrangido por aquele olhar extremamente sensual, o iluminado forasteiro apenas murmurou: 

-Agora, não. Depois, no entanto, quem sabe?!... 

A mulher, adornada de jóias, sentiu-se desprezada, prorrompeu em sarcasmos e partiu, revoltada. 

Transcorridos dois anos, quando Jesus levantava paralíticos, ao pé do tanque de Betsaida, respeitosa senhora pediu-lhe socorro para uma infeliz criatura, que vivia atormentada por doloroso sofrimento. 

O Mestre seguiu-a, sem hesitar. 

Num pardieiro denegrido e sujo, um corpo chagado exalava gemidos angustiosos. 
A disputada mercadora de aromas ali se encontrava carcomida de úlceras, de pele enegrecida e rosto deformado. Feridas sanguinolentas tomavam-lhe o corpo, que agora estava semelhante ao esterco da terra. Com exceção dos olhos profundos e indagadores, nada mais lhe restava da beleza antiga. Era, apenas, uma sombra leprosa, da qual ninguém ousava aproximar-se. 
Ela fitou o Mestre e reconheceu-o “de pronto”. 

Era o mesmo belo nazareno, de porte sublime e atraente expressão, que ela tentara seduzir dois anos antes. 

O Cristo de Deus estendeu-lhe os braços angélicos, tocado de intraduzível ternura e disse-lhe: 

-Vem a mim, tu que sofres! Na Casa de Meu Pai, nunca se extingue a esperança. 

A interpelada quis recuar, conturbada de assombro, mas não conseguiu mover os próprios dedos, vencida de dor. 

O Mestre, porém, transbordando de compaixão, com humilde respeito, ajoelhou-se e aconchegou a infeliz irmã ao seu peito. 

A infeliz reuniu todas as forças que lhe sobravam e perguntou, em voz reticente e sofrida: 

-Tu?... O Messias Nazareno?... O Profeta que cura, reanima e alivia?!... que vieste fazer, junto de mulher tão miserável quanto eu? 

Ele, contudo, sorriu benevolente, dizendo apenas: 

-Agora, minha irmã, venho satisfazer-te os apelos, que me fizeste a exatos dois anos. 

E recordando-se das palavras do primeiro encontro, acentuou, sereno: 

-Descubro em teus olhos diferente chama e assim procedo por amar-te! 

(Livro Sob o Signo de Aquário – Roger Bottini Paranhos – texto do Espírito Irmão X, psicografado por Chico Xavier.) 
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